Exchange vs Wallet — quando usar cada uma (guia prático)
Leitura: 6–9 min • Categoria: Custódia & Segurança
Diferenças, riscos e decisões práticas: começa pequeno na exchange, entende a custódia e só depois migra para wallet própria com segurança.
1) O que é uma exchange?
Uma exchange de cripto é uma plataforma onde compras e vendes ativos digitais (por cripto ou por fiat), com livro de ordens, conta de utilizador e produtos como Spot e P2P. A função principal é dar liquidez e um mercado permanente para execução de ordens.
Vantagens
Liquidez e preço: spreads geralmente mais apertados; maior profundidade.
Produtos e serviços: Spot, conversões instantâneas, P2P, entre outros.
Riscos
Custódia de terceiros — “as chaves não são tuas”: dependes da plataforma para aceder aos fundos.
Risco de contraparte e de governação: falhas, congelamentos, má gestão.
Prova de Reservas (PoR): pode mostrar ativos, mas não demonstra passivos; sem passivos, a fotografia é incompleta.
Regra base: usa exchange para transacionar, não para “guardar para sempre”.
2) O que é uma wallet?
Uma wallet de cripto guarda e gere chaves privadas que provam a posse dos teus ativos na blockchain. Dois grupos principais: custodial (terceiro controla a chave) e não-custodial (tu controlas a seed/chave).
Tipos
Custodial: mais simples; o provedor guarda as chaves (ex.: conta na própria exchange).
Não-custodial: soberania total — a seed é 100% tua responsabilidade (hardware/app).
Hot vs. Cold: hot (ligada à internet) é prática; hardware/cold melhora a segurança de longo prazo.
Vantagens (não-custodial)
Soberania: tu controlas as chaves; ninguém pode congelar o teu saldo.
Resiliência a falhas de terceiros: menos exposição a problemas da exchange.
Riscos
Responsabilidade total: perda da seed = perda de acesso; atenção a phishing/erros do utilizador.
3) Prova de Reservas (PoR) — o que é e o que não é
Prova de Reservas (PoR) demonstra publicamente que um custodiante detém ativos suficientes para cobrir depósitos. Contudo, sem prova de passivos não sabemos se as obrigações superam os ativos; PoR sem passivos é incompleto.
4) Segurança essencial
2FA por app TOTP (evitar SMS); para contas críticas, considerar MFA.
Gestor de passwords e frases longas; evitar reutilização.
Backups testados da seed; confirmar endereço no ecrã do dispositivo (hardware) antes de enviar.
5) Quando usar cada um?
Exchange
Liquidez imediata para comprar/vender.
Operações de curto prazo ou conversões rápidas (inclui P2P).
Onramp/offramp fiat (depósitos/levantamentos bancários).
Evita manter grandes montantes “parados”. Se houver saldo, mantém apenas o operacional e procura transparência (PoR + governação).
Wallet não-custodial
Guardar valor por períodos médios/longos.
Soberania e menor risco de contraparte (hardware recomendado para valores relevantes).
dApps/DeFi a partir da tua própria chave (com prudência).
Risco de contraparte: reduz saldo parado; dá prioridade a transparência (PoR + passivos + governação).
Segurança: 2FA/MFA ativos; passwords robustas; seed bem guardada e testada.
7) Conclusão
Para iniciares a tua jornada recomendamos usar apenas a exchange nas primeiras semanas, sem mover fundos para wallets próprias até estares ambientado ao ecossistema e à terminologia. Começa pequeno — montantes reduzidos, operações simples e foco em segurança — para escalar com consistência e evitar erros/prejuízos. Quando dominares o básico (segurança, seed, endereços), passa gradualmente a usar uma wallet não-custodial (idealmente hardware) para guardar valor de médio/longo prazo, mantendo na exchange apenas o saldo operacional.
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