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Gestão de risco para Hodlers: tamanho da posição, quedas e tempo de recuperação

Leitura: 7–10 min • Categoria: Gestão de risco

Antes de pensar em APR, APY, DCA ou bots, tens de saber quanto podes perder sem rebentar o teu plano. Este artigo liga três peças básicas — tamanho da posição, quedas e tempo de recuperação — num modelo simples que um Hodler de Rank I consegue executar.

1. Porque é que gestão de risco vem antes de “ganhar dinheiro” ⚠️

Antes de pensar em APR, APY, DCA, bots ou estratégias “pro”, há uma pergunta básica:

Quanto podes perder sem rebentar o teu plano?

Gestão de risco, aqui, não é fórmula de Excel. É decidir à cabeça:

Sem isto, qualquer estratégia — mesmo boa — pode falhar porque tu não aguentas o caminho.

2. O que é “risco” para um Hodler (não é só volatilidade) 🎢

Quando olhas para um gráfico, vês velas a subir e descer. Mas para ti, como pessoa, risco é outra coisa:

Para simplificar, vamos pensar em risco em 3 dimensões:

Todo o resto (APY, estratégias, etc.) gira à volta disto.

3. Tamanho da posição: quanto dinheiro pode entrar? 💸

Primeiro, o óbvio que muita gente ignora:

Dinheiro que vais precisar nos próximos 6–12 meses não entra em cripto. Ponto.

Para um Hodler em fase básica, podes pensar assim:

Se te apanhas a pensar:

→ o tamanho da posição está errado.

Pequena checklist rápida ✅
  • Este dinheiro faz falta para renda/comida/contas? → Não entra.
  • Se isto cair 50%, vou precisar de mexer lá? → se sim, estás a arriscar demasiado.
  • Se não puderes meter mais dinheiro em cripto durante 1 ano, consegues viver com isso?

4. Quedas e tempo de recuperação: a matemática chata que ninguém quer ver 📉➡️📈

Aqui entra o primeiro gráfico do artigo:

Chart 1 — Queda vs subida necessária para recuperar
gestao-risco-drawdown-recuperacao.png

Ideia:

Gráfico Queda vs Subida necessária para recuperar
Exemplo ilustrativo: à medida que a queda aumenta (−10%, −20%, −30%, …), a subida necessária para voltar ao zero acelera de forma não linear. Um drawdown de −50% exige +100% de recuperação; um de −80% exige +400%.

O que este gráfico mostra:

Ou seja:

Quanto maior o drawdown, mais “pesada” fica a subida que precisas.

Isto é especialmente importante para:

Este gráfico existe para te lembrar que:

5. Risco por ativo vs risco da carteira 🧺

Não é só “quanto tens em cripto”, é como isso está distribuído:

Risco por ativo:

Risco da carteira:

Para Rank I, um esquema simples (exemplo, não regra fixa):

Isto ajuda a evitar o clássico:

“Estou 90% num altcoin que vi num vídeo de 30 segundos.”

6. Tamanho da posição e impacto em euros (não só em percentagem) 💥

Segundo gráfico do artigo:

Chart 2 — Impacto do tamanho da posição num drawdown de -50%
gestao-risco-tamanho-posicao.png

Setup do gráfico:

Impacto do tamanho da posição num drawdown de -50% num portefólio de 10.000€
Exemplo ilustrativo: o mesmo drawdown de −50% num ativo provoca perdas muito diferentes em euros conforme o tamanho da posição desse ativo no portefólio total (20%, 50% ou 80%).

Perda em cada cenário:

O gráfico mostra o “murro no estômago” em euros:

Isto puxa-te para uma pergunta chave:

“Se isto cair 50%, este valor em euros estraga o meu sono?”

7. Risco de produto: spot, Earn, DeFi, loans 🧪

Nem todo o risco vem do preço. Alguns vêm do tipo de produto que usas:

Frase para colar na parede:

“Se não percebo de onde vem o rendimento, o risco provavelmente sou eu.” 🔍

8. Risco de comportamento: tu contra tu 🧠

Mesmo com um plano decente, o maior risco és tu próprio:

Gestão de risco também é:

9. Mini modelo de gestão de risco para Hodlers (Rank I) 🧱

Pensa nisto como “preset básico” que podes ajustar mais tarde:

Exposição total:

Divisão por tipo de ativo:

Contribuição mensal fixa:

Limite emocional declarado:

Registo simples:

A cada 3 meses, revês: exposição total, peso de cada ativo, e como te sentiste nos drawdowns.

10. Lista vermelha: o que NÃO fazer 🚫

Uns “não” claros ajudam a manter o cérebro alinhado quando o mercado estiver a ferver:

11. Fecho: o teu trabalho não é prever, é sobreviver 🪖

No fim do dia:

O teu trabalho como Hodler não é adivinhar o topo ou o fundo. É sobreviver aos ciclos sem rebentar a conta nem a cabeça.

Gestão de risco, na prática, é:

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